domingo, dezembro 10, 2006

Augusto José Ramón Pinochet Ugarte



À hora a que escrevo este post, faz precisamente duas horas que morreu Augusto José Ramón Pinochet Ugarte!
Há cerca de cinco minutos tomei conhecimento da notícia e, automaticamente (ou seja, sem ter pensado nisso, como se os meus dedos tivessem vontade própria), liguei a uma das minhas melhores amigas aqui em Haia.
Encontrei do outro lado da linha a Luciana - Chilena mas que nasceu na Suécia, onde viveu cerca de quinze anos, para onde a família emigrou perseguida pelo regime do ex-ditador - triste... abatida...
Liguei para lhe ouvir a voz, para lhe perguntar como estava, mas também, no meu impulso, convencido de que haveria algum motivo para celebração, ou pelo menos para um sentimento de alívio...
Em vez disso ouvi-a extremamente afectada e em baixo... porquê? Porque tudo o que aconteceu não pode ser apagado! Porque ter morrido Pinochet não pode ser nunca motivo de alegria, uma vez que aos milhares de pessoas (um número ainda não consensual de mortos - cerca de 4000 - e aproximadamente um milhão de emigrantes-forçados, refugiados poíticos) que sofreram por causa do regime no Chile nunca poderá ser restituido o que perderam nem apagado o seu sofrimento...

e eu compreendo... não fico mais triste com o acontecimento... mas também não fico mais feliz, porque esta morte não corrige nada do mal feito e que nunca poderá ser minimizado (já para não falar da questão de que Pinochet morreu impune e apoiado por cerca de um quarto (!!!!) da população actual do Chile).

talvez se fosse possível nunca mais haver (ex-)ditadores para morrer...

P.s. - Comemora-se hoje o Dia Internacional dos Direitos Humanos. (para pensar)

11 comentários:

a disse...

se morresse o fidel, seria outra história, porque é um ditador activo, mas mesmo assim, está lá o irmão para o substituir. Havemos sempre de continuar a fazer merda, quanto menos melhor... mas ainda fazemos muita!

AEnima disse...

eh nestas alturas que tenho pena de nao acreditar que existe um inferno... porque certas alminhas haviam de sofrer na pele todo o sofrimento que causaram no mundo...

Prof disse...

Z, ia dizer precisamente o que disse a primeira pessoa a comentar o teu post. Parece que os últimos grandes ditadores estão a morrer (quer seja no activo ou não) mas no caso do Fidel lá está o irmão que certamente o irá substituir. Falta ainda aquele horrível norte-coreano, "Kim não sei das quantas". Tal como tu, não me congratulo especialmente pela morte de alguém; congratular-me-ia sim se, tal como disseste, não houvesse mais nenhum ditador para morrer...
Fica bem!

taizinha disse...

Curioso comemorar-se o Dia Internacional dos Direitos Humanos no dia da sua morte. Coincidência? Gosto de imaginar que alguém o avisou, sussurrando-lhe ao ouvido, uns minutos antes do último suspiro: "Meu caro Augusto, o Senhor sabia que hoje se comemora o Dia Internacional dos Direitos Humanos? Grande dia este!" E pronto, falta de ar... Fim!

Anónimo disse...

ha quem diga k as coicidencias sao coisas k nao existem. eu cá nunca pensei muito nisso...

Anónimo disse...

É muito triste pensar que morreu um ditador sem julgamento, assim... doente, bem tratado, assistido clinicamente. Meio mundo a falar dele;uns com raiva, outros com palavras sábias de revolta, alguns, menos por ventura, gratos pela sua existência. Eu não devia comentar. Não devia acrescentar uma palavra porque mesmo que seja a manifestação da minha tristeza ou raiva,sei lá, não deixa de ser uma contribuição para o epitáfio do assassino. Então porque escrevo? perguntarás tu. Porque há mais ditadores vivos. E principalmente porque a declaração universal dos direitos humanos está muito longe de ser respeitada, até nas democracias mais desenvolvidas. Era bom que o seu texto fosse mais divulgado, era bom que fosse estudado nas escolas. A pedra base da cidadania devia ser a reflexão séria sobre esse documento. Isso é que era...


Já me sinto melhor, acredito que só falta morrerem os que restam. Não vai nascer mais nenhum.
jinhos

droff disse...

Havia de ter sido queimado em publico á boa maneira italiana.

Exemplos...

AEnima disse...

olha, sabes, eu nao acho que "so falta morrerem os que existem". Os ditadores existem porque a sociedade assim determina as condicoes para que eles possam prosperar... Quando a revolta eh mesmo muita, o povo rebela-se (e fez isso ao pinochet... nao faz ao fidel porque o gajo ainda tem muito apoiante mesmo que "equilibra" as hostes)

Bem... nao sei... a minha ideia eh que, por este andar, a sociedade como esta, nao me admira nada ver um novo hitler daqui a 20 anos na europa de leste, por exemplo... enfim... infelizmente

Beijinhosssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssssss


Sou a AEnima... mas esta porcaria nao me esta a deixar postar

Anónimo disse...

olha, afinal ficou... as tantas vai ficar mil vezes... nao percebo nada

AEnima disse...

devo estar maluca, quando nao consegui por o meu nome, ficou, agora que tinha conseguido, nao ficou... o mundo esta de pernas para o ar!

Anónimo disse...

Que arda no inferno.