perde-se em recessos escondidos do passado,
em feridas abertas na corrente dos dias
e em sons mortos perdidos na memória
Os ruídos da minha existência
querem organizar-se em música e não conseguem,
falham na passagem de conceitos a vibrações;
falham-se, perdem-se e ficam calados.
Falho eu que penso sempre e não acredito
no que penso ou que pense o que pensei,
falham os sons que não pensam, que esperam só
que alguém os faça soar - eu.
Falho e falha-me o coração que me trai.
Divagam também os orgãos e os sentidos que me pensam,
a razão que não me atende e as pulsões,
os tédios, as explosões, os esgotamentos
comandam tudo (como o sonho que se acorda) e dormem.
(vagamente incompleto
vagamente anacrónico
vagamente ultrapassado
e sempre vagamente actual
...vagamente vago)
vagamente anacrónico
vagamente ultrapassado
e sempre vagamente actual
...vagamente vago)